Eu sou aquele que o vento deixou entre as margens, eu sou o grito no poço vazio, eu sou a paisagem que nunca foi vislumbrada, eu sou a falsa trilha dessa calçada, eu sou o coraçao despedaçado, eu sou menino de pés descalço, eu sou a negaçao do verbo ser, eu sou o luar querendo amanhecer, eu sou a colera do instinto, eu sou a ilusao dos famintos, eu sou a solidao em noites frias, eu sou a chuva sombria, eu sou aquele que esconde a face enquanto caminha, sou a noite que ri para libertar a mente, eu sou aquele que chora de dia porque a realidade aprisionou o meu sonho, eu sou Daniel Miguelavez, vindo das aguas profundas de Angola...