OPINIÃO POPULAR
Por GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA | 27/03/2011 | PoesiasNazaré, Bahia
Vou andando pelas ruas.
Ruas movimentadas em
Que todos sorriem mas,
Há em cada sorriso
Uma ponta de nostalgia,
Há em cada sorriso
Uma torrente de sofrimento.
Uns dizem: É o calor!
Outros mais informados,
Dizem que é a fome
Ou o medo de ficar sério.
O mal informado
Diz que o povo é preguiçoso.
O quem não sabe o que dizer,
Nada diz.
A cachoeira continua
A rolar as suas águas.
Águas de todas as cores:
Verde, vermelha,
Marrom e amarela.
Todos sabem o que é, mas
Ninguém diz o que é.
Mas, só o fato de saber,
Já é alguma coisa
Que não é o não saber
Ou pior ainda,
O não querer saber.
Continuo andando
Pelas ruas, pelos povos
E vejo com nitidez.
Em cada olhar, a desconfiança.
Vejo um riso amarelo,
É um riso de medo.
Vejo através de cada pessoa
A angústia atravessada
Ao redor da aura,
Como se carregassem
Uma placa imaginária.
E o que está escrito na placa?
Não é nada menos
Que uma palavra de quatro letras.
Vejo outra placa imaginária,
Nela está escrita a frase:
Aqui mora a desgraça,
Aqui mora a angústia,
Aqui mora também a esperança