CATRAIA
Canoa oval, com toldo de mescla.
Ao redor da catraia tinha um banco enteriço, buliado,
Seguindo o modelo do casco da catraia.
Na proa ficava sentado o comandante,
Mas não era pra vender beleza não,
Era ele quem pegava firme nas falhas, uma espécie de remo,
Que, pelo força dos braços do catraieiro,
Tangia a catraia duma margem à outra do rio.
O catraieiro movia com maestria as falhas da catraia,
Iniciando sempre a travessia no sentido rio acima,
Com remadas fortes,
Pra depois relaxar um tantinho,
Deixando a catraia descer um pouquinho
Até ancorar suavemente na base da escadaria da outra margem do rio.
Na minha querida Rio Branco antiga era assim,
A gente atravessava o rio de catraia,
Não tinha pontes.
Muitos proprietários de catraias exibiam, orgulhosamente,
Em pequenos mastros, as Bandeiras do Acre e do Brasil.
Nunca tive medo de andar de catraia,
Às vezes nem ia trabalhar
Tamanho era o prazer que sentia em andar de catraia,
De nela atravessar vagarosamente dum lado pro outro do rio.
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