A SOBREMESA
Por RENATA CABRAL COUTINHO DE OLIVEIRA RIBEIRO | 05/03/2010 | Crônicas- Moça – chamei a garçonete – traz um pedaço pra mim...
Falei assim mesmo, como uma criança – que, no auge dos meus 25, 11 meses e 23 dias, ainda sou - que pede um doce – que era o próprio pudim (e que pudim!).
Daí por diante me deliciei naqueles que não chegaram a ser minutos seguintes. Não deu tempo. A cada colherada a maravilhosa sensação da colher penetrando naquela pele macia, lisinha e dourada. Ao chegar à boca, um sabor que se divino não for, nada mais será além de Deus. Fui ao delírio! O gosto docinho, delicado, plenamente agradável, que passeava em minha boca, me fez ir ao céu e voltar, com as tripas e tudo. E foi assim, um agradável prazer. Colher por colher. Até chegar ao fim, não desprezando sequer o melzinho que ficou no fundo do prato, é claro.
Depois do doce delírio, a culpa é o que menos importa. Retardei em mais um dia o sonho de ser magra (o que já aconteceu umas cento e oitenta vezes nos últimos seis meses). Amanhã eu retomo o meu plano de ação. Isso mesmo. Eu prometo para mim mesma! A minha palavra tem que ter algum peso para mim, além do peso que me acompanha nas visitas à balança. Espero que o dourado pudim fique bem longe de mim.